segunda-feira, 6 de abril de 2015

AJUSTE FISCAL: ECONOMIA E PAPO FURADO

A ECONOMIA do ajuste fiscal diz que ele é necessário por dois motivos principais:

1)    Quando o nível do saldo primário das contas publicas define uma trajetória da dívida que é insustentável ou o ajuste é feito ou a trajetória vai causar a perda do grau de investimento e a partir daí uma crescente expectativa de default do setor publico. Essa expectativa vai gerar uma corrida contra os títulos públicos, juros crescentes, desvalorização cambial, inflação e recessão.

2)    O déficit publico nada mais é que poupança publica negativa que reduz a poupança domestica e aumenta a necessidade de poupança externa que nada mais é do que o déficit em conta corrente. Nesse ambiente querer corrigir o déficit em conta corrente via desvalorização do cambio só vai aumentar a inflação.

Ou seja, ser contra o ajuste é ser favorável a inflação e a recessão.

O PAPO FURADO do ajuste fiscal diz que defende-lo é ser contra os pobres e contra os gastos sociais. Uma maneira de vender essa idéia é justificar o déficit pelo aumento dos gastos sociais. Nesse caso o déficit é resultado de uma coisa boa e “pro - pobre”. O fato é que não existe essa coisa de parte boa e parte ruim do déficit. Déficit são despesas acima das receitas e o ritmo de aumento da divida publica. Não conheço nenhum caso em que uma crise de divida publica foi evitado porque o país “justificou” o déficit como sendo causado por gastos nobres como gastos para os mais pobres. Se o Brasil for por aí vai pagar um preço alto.

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