O
DESAFIO DA POLITICA FISCAL
Se na política monetária a
meta é a inflação e o instrumento a taxa de juros, na política fiscal a meta é a
dívida pública e o instrumento o resultado primário das contas do governo.
Assim a meta anunciada de ter um superávit primário de 1,2% do PIB tem haver
com uma meta de dívida pública.
A dinâmica da divida publica
é definida pela seguinte fórmula:
Z = (i – x) d + dp
Z = derivada da divida (d)
em relação ao tempo
i = taxa de juros reais da
divida
x = taxa de crescimento da economia
d = nível atual da dívida
dp = déficit primário das
contas públicas
A dívida pública bruta do
Brasil encerrou 2014 em 65% do PIB, um valor bem mais elevado que países em
mesmo estagio de desenvolvimento e acima do limite prudencial referenciado na literatura
empírica de 60%. Ou seja, é importante que o governo inicie uma trajetória de
queda da mesma. Infelizmente isso não vai acontecer.
Como o governo anunciou uma
meta de superávit primário de 1,2% do PIB a divida só pararia de crescer se a
diferença entre o juro real e o crescimento da economia ficasse em 2%. Esse
cenário é praticamente impossível já que hoje temos um juro real na casa dos 6%
e a perspectiva mais otimista de crescimento da economia não supera 1%.
Para complicar perceba que
toda vez que o governo sobe a taxa selic para combater a inflação ele eleva o
juro real. Com isso o diferencial acima mencionado aumenta e piora a dinâmica
da dívida.
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