quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

PORQUE O PIB SÓ DESCE

O PIB de 2013 cresceu pouco acima de 2%, o de 2014 deve crescer zero e o de 2015 vai ser negativo. Por quê? Aqui vão dez motivos:

1-    A história mostra que modelos de crescimento baseados na expansão do consumo alimentado por crédito, transferências de renda e incentivos fiscais, tem vida curta. No Brasil não foi diferente.

2-    Nosso problema de crescimento vem do lado da oferta e não do lado da demanda. Ou seja, não temos capacidade de, no curto prazo, aumentar a oferta de bens e serviços. Nesse caso, se aumentar a demanda o que vai acontecer é mais inflação e mais déficit externo.

3-    A taxa de desemprego mostra que o marcado de trabalho está no limite. Isso que dizer que aumentar o PIB adicionando mais mão de obra na economia não é mais viável.

4-    O crescimento do consumo é cada vez menor. A razão disso são o menor crescimento das transferências de renda, o maior endividamento das famílias, o menor poder de compra do trabalhador por conta da inflação elevada e a maior incerteza em relação ao emprego futuro.

5-    O investimento público deve cair por conta de uma maior restrição fiscal.

6-    O investimento privado vem caindo por conta de um ambiente econômico de incerteza, baixo crescimento e juros em alta.

7-    O cambio desvalorizado pode ajudar as exportações, mas não devemos esquecer que existe um efeito secundário negativo que é o aumento dos custos dos bens intermediários importados.

8-    A inflação em alta diminui a renda do trabalhador e aumenta as incertezas do empresário.

9-    Os gastos correntes dos governos federal e estaduais devem cair em função do ajuste fiscal.

10- Sem aumento de investimentos e absorção de mão de obra, o crescimento do PIB só é possível via aumento da produtividade. Infelizmente ela tem caído nos últimos anos.


O baixo crescimento do PIB esse ano é inevitável diante de um cenário de inflação alta, déficit externo elevado e contas públicas desajustadas. O governo (leia-se ministro da fazenda) sabe que, infelizmente, alguém tem que pagar a conta de excessos feitos no passado. Não fazê-lo só aumenta o tamanho da fatura e o custo do pagamento. Na economia também vale o ditado: aqui se faz aqui se paga.


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