segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O DESAFIO DA POLITICA FISCAL

Se na política monetária a meta é a inflação e o instrumento a taxa de juros, na política fiscal a meta é a dívida pública e o instrumento o resultado primário das contas do governo. Assim a meta anunciada de ter um superávit primário de 1,2% do PIB tem haver com uma meta de dívida pública.
A dinâmica da divida publica é definida pela seguinte fórmula:

Z = (i – x) d + dp
Z = derivada da divida (d) em relação ao tempo
i = taxa de juros reais da divida
x = taxa de crescimento da economia
d = nível atual da dívida
dp = déficit primário das contas públicas

A dívida pública bruta do Brasil encerrou 2014 em 65% do PIB, um valor bem mais elevado que países em mesmo estagio de desenvolvimento e acima do limite prudencial referenciado na literatura empírica de 60%. Ou seja, é importante que o governo inicie uma trajetória de queda da mesma. Infelizmente isso não vai acontecer.
Como o governo anunciou uma meta de superávit primário de 1,2% do PIB a divida só pararia de crescer se a diferença entre o juro real e o crescimento da economia ficasse em 2%. Esse cenário é praticamente impossível já que hoje temos um juro real na casa dos 6% e a perspectiva mais otimista de crescimento da economia não supera 1%.


Para complicar perceba que toda vez que o governo sobe a taxa selic para combater a inflação ele eleva o juro real. Com isso o diferencial acima mencionado aumenta e piora a dinâmica da dívida.



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